A ROSA



"A Rosa menina em botão e a linda Rosa juvenil foram os
 retratos da vida que vieram à mente de Rosa. Então a Rosa 
de agora, plena, linda, iluminada mostrou a sua nudez a
Eros.
Com ferro em brasa, Rosa marcou o tempo, deu brilho ao espelho, onde pôde ver seu verdadeiro rosto e prendeu o fio da vida à sua alma aquecida pelo orgulho de ser ela mesma, em qualquer tempo e não mais procurou no espelho outro rosto, aquele que ficará docemente guardado em sua memória.
Enquanto a bela Rosa rechaçava o terror ao passar do tempo, a imagem da nova-velha
 mulher invadiu o jardim de todas as delícias para o novo alvorecer.
Não ser mais a linda Rosa juvenil, não mais será sinônimo de tristeza ou ansiedade, ela agora sabe que o tempo tem que desempenhar o seu papel, assim, o tempo segue e, enquanto estivermos de mãos dadas com ele, seremos deuses e deusas a brincar de eternidade.
Neste tempo de agora, a linda Rosa ergue a taça e bebe calmamente o vinho que guarda todos os seus encantos de
 
todos os tempos.
Enquanto o que estava fragmentado ia se recompondo, Rosa 
voltava a ser ela mesma,
Agora não precisava mais de arreios, de grades ou de algemas."

(Do livro: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

 


                

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